Santuário de Nossa Senhora da Nazaré


O Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, também referido como Igreja de Nossa Senhora da Nazaré, fica situado no Sítio da Nazaré, um bairro da Vila da Nazaré (Portugal). No seu interior, guarda-se a Sagrada imagem de Nossa Senhora da Nazaré, uma Virgem Negra, esculpida em madeira, trazida de Mérida para este Sítio, no ano de 711. A história desta imagem é contada na Lenda da Nazaré.

No Sítio existem ainda os três santuários onde se venerou, e venera, a imagem desde que ali chegou no ano de 711, levada por frei Romano, monge do convento de Cauliniana. Após a derrota do exército cristão na batalha de Guadalete, o monge fugiu dos invasores muçulmanos, na companhia de D. Rodrigo, o último rei visigodo, fugitivo após a derrota do seu exército. A escolha do destino, no litoral Atlântico, advém porventura da existência nas proximidades de um mosteiro visigótico, do qual subsiste a igreja de São Gião, classificada como Monumento Nacional em 1986.

O primeiro santuário neste Sítio é uma pequena gruta feita pelo homem, junto à arriba, a cento e dez metros acima da praia oceânica. A imagem foi ali colocada, por frei Romano, sobre um altar. Este santuário (erigido provavelmente na época pré-histórica) serviu-lhe de eremitério no qual viveu até à sua morte. Conforme a sua vontade foi sepultado no solo da gruta pelo rei Rodrigo, que vivia ali perto, no monte de São Bartolomeu. O ex-rei após a morte do monge partiu para os arredores de Viseu onde terminou os seus dias como ermitão. A imagem de Nossa Senhora da Nazaré conservou-se neste santuário de 711 a 1182.

O segundo santuário, a Capela da Memória, foi construído à beira da falésia, sobre a gruta, por iniciativa de D. Fuas Roupinho após o milagre que o salvou, em 1182. É um pequeno edifício de planta quadrada, com abóbada piramidal. A imagem foi aqui venerada de 1182 a 1377.

O terceiro santuário de Nossa Senhora da Nazaré, onde actualmente se venera a sagrada imagem, foi fundado pelo rei D. Fernando I, em 1377. Em inícios do século XVII começou a ser reconstruído, tendo-se prolongado as obras, faseadamente, até final do século XIX, época na qual, adquiriu a sua forma actual onde nenhum elemento faz suspeitar das suas origens medievais. A reconstrução do templo iniciou-se com a obra da capela-mor, virada a poente, os corredores e as salas que a rodeiam, das quais sobressai a sacristia devido às suas dimensões e à sua localização por trás da capela-mor.
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